Tipos de baratas

Por que é importante saber diferenciar as espécies

Saber diferenciar as espécies de baratas é essencial para entender seus hábitos e aplicar as melhores formas de prevenção e controle. Apesar de existirem milhares de espécies espalhadas pelo mundo, algumas são mais frequentes em ambientes urbanos e exigem maior atenção no dia a dia.

Neste post, vamos falar especialmente sobre duas que são as mais comuns nas casas e comércios: a barata de esgoto, conhecida pelo tamanho maior e pela resistência, que costuma viver em ralos e tubulações, e a barata francesinha, menor, rápida e muito presente em cozinhas e despensas. Conhecer essas espécies é o primeiro passo para evitar infestações e manter os ambientes protegidos.

Barata francesinha (Blattella germanica)

A Blattella germanica, conhecida popularmente como barata francesinha ou barata de cozinha, é uma das espécies mais comuns em ambientes urbanos no Brasil e em todo o mundo. Seu tamanho pequeno, a incrível capacidade de adaptação e a reprodução acelerada fazem com que seja uma praga difícil de eliminar, representando um risco significativo para a higiene de casas, apartamentos, restaurantes e outros estabelecimentos que lidam com alimentos.

Além de causar repulsa, essa espécie pode transmitir microrganismos prejudiciais à saúde humana, como bactérias, fungos e protozoários. Por isso, entender como identificá-la, onde ela costuma se esconder e os riscos que oferece é essencial para evitar infestações e proteger o bem-estar da sua família ou do seu negócio.

Como identificar a barata francesinha

A barata francesinha mede, em média, 1,2 a 1,6 cm de comprimento, sendo considerada pequena em relação a outras espécies, como a barata americana (Periplaneta americana), que pode chegar a 5 cm. Sua coloração vai do marrom-claro ao amarelado, com duas faixas escuras paralelas logo atrás da cabeça — um traço característico que ajuda na identificação.

Apesar de possuir asas bem desenvolvidas, a Blattella germanica raramente voa. Ela prefere correr rapidamente para se esconder quando se sente ameaçada. Porém, em situações de calor intenso, pode usar suas asas para curtas distâncias, surpreendendo quem não espera que ela consiga se deslocar pelo ar.

Outro ponto que chama a atenção é seu comportamento noturno. Durante o dia, ela fica escondida em locais escuros e protegidos; à noite, sai em busca de restos de alimentos, migalhas e até gordura acumulada em eletrodomésticos.

Hábitos e comportamento dessa espécie

A barata francesinha é extremamente adaptável e pode sobreviver em condições que seriam desfavoráveis para outros insetos. Ela consegue viver semanas sem comida e até dias sem água, o que dificulta o controle apenas com medidas caseiras.

Um dos principais motivos para sua fama de difícil eliminação é seu ciclo reprodutivo acelerado. Cada fêmea carrega uma cápsula chamada ooteca, que contém de 30 a 48 ovos. Ao longo da vida, uma única fêmea pode produzir de 6 a 8 ootecas, gerando de 300 a 400 descendentes por ano. Essa reprodução em massa torna as infestações rápidas e difíceis de conter sem um plano de controle profissional.

Além disso, a Blattella germanica tem hábitos gregários, ou seja, prefere viver em grupos. Isso faz com que, ao encontrar algumas poucas baratinhas na cozinha, seja provável que existam dezenas — ou até centenas — escondidas em outros pontos do ambiente.

Onde a barata francesinha se esconde

Essa espécie prefere locais quentes, úmidos, escuros e próximos a fontes de alimento. Cozinhas e despensas são verdadeiros paraísos para ela, especialmente quando há restos de comida ou gordura acumulada.

Entre os esconderijos mais comuns estão:

• Frestas de armários e rodapés — espaços estreitos onde elas ficam protegidas da luz.

• Parte traseira e interna de eletrodomésticos, como geladeiras, fogões, micro-ondas e cafeteiras, que fornecem calor constante.

• Caixas de papelão, gavetas e embalagens armazenadas por muito tempo, que oferecem abrigo seguro.

• Ralos e tubulações, que permitem acesso fácil a água e restos orgânicos.

Durante o dia, raramente são vistas circulando, pois ficam escondidas em fendas e buracos. Por isso, quando alguém observa baratas francesinhas à luz do dia, é sinal de infestação avançada e falta de espaço nos abrigos já ocupados.

Barata de esgoto (Blatta orientalis)

A barata de esgoto, nome científico Blatta orientalis, é uma das espécies mais temidas por quem se preocupa com higiene e saúde. Reconhecida pelo corpo robusto, escuro e brilhante, essa barata prefere locais úmidos e frios, como ralos, caixas de gordura e tubulações. Sua presença costuma indicar problemas estruturais na rede de esgoto ou falta de vedação adequada em ralos e encanamentos.

Mais do que causar repulsa, a Blatta orientalis é considerada um dos principais vetores mecânicos de doenças em áreas urbanas, podendo transportar bactérias, vírus e fungos adquiridos em ambientes contaminados. Isso a torna um perigo real para residências, restaurantes, condomínios e qualquer local que precise manter padrões elevados de limpeza.

Como identificar a barata de esgoto

A barata de esgoto apresenta características físicas bem marcantes, que facilitam sua identificação:

• Tamanho médio: mede entre 2,5 e 3 cm de comprimento — maior que a barata francesinha, mas menor que a barata americana.

• Cor escura: vai do marrom muito escuro ao preto brilhante, com aparência uniforme e sem manchas ou faixas.

• Corpo oval e achatado: adaptado para se infiltrar em frestas estreitas e ambientes subterrâneos.

• Asas curtas: os machos têm asas que cobrem parte do abdômen, enquanto as fêmeas quase não possuem asas visíveis. Diferente da barata americana, a Blatta orientalis não voa.

Devido a essas características, é facilmente identificada em ambientes de pouca luz, como porões e galerias de esgoto.

Hábitos e comportamento da barata de esgoto

A Blatta orientalis prefere ambientes úmidos, frios e escuros, mantendo-se ativa principalmente à noite. Costuma se locomover pelo chão, sem habilidade para escalar superfícies lisas com tanta facilidade quanto outras espécies. Sua movimentação é rápida, mas restrita ao solo, o que a diferencia da barata americana, que pode planar curtas distâncias.

Outro ponto importante é seu comportamento alimentar. Essa barata é onívora e oportunista, alimentando-se de restos de comida, gordura, matéria orgânica em decomposição e até papelão e tecidos. Por transitar entre lixo, esgoto e ambientes domésticos, acaba levando micro-organismos nocivos para dentro de casas e comércios.

Ciclo de vida e reprodução

O ciclo reprodutivo da Blatta orientalis é mais lento que o da barata francesinha, mas ainda assim preocupante.

• Cada fêmea produz de 8 a 10 ootecas (cápsulas de ovos) ao longo da vida.

• Cada ooteca contém entre 16 e 18 ovos.

• O desenvolvimento dos ovos até a fase adulta pode levar de 6 a 12 meses, dependendo da temperatura e umidade.

Embora reproduza menos rapidamente que a barata francesinha, a barata de esgoto compensa com resistência a condições adversas e longevidade maior, podendo viver até 2 anos.

Onde a barata de esgoto costuma viver

A Blatta orientalis se instala em ambientes que fornecem umidade constante, temperaturas mais baixas e matéria orgânica. Alguns dos esconderijos mais comuns incluem:

• Ralos e tubulações mal vedadas.

• Caixas de gordura e inspeção de esgoto.

• Áreas de serviço e banheiros, especialmente onde há vazamentos.

• Subsolos, porões e galerias pluviais.

• Encanamentos antigos ou mal conservados.

Por ser atraída por cheiro de matéria orgânica e água estagnada, a infestação costuma começar em áreas úmidas e frias e, com o tempo, pode se espalhar para dentro do imóvel.

Riscos para a saúde

Assim como outras baratas, a barata de esgoto é um importante vetor de microrganismos causadores de doenças. Ela pode carregar bactérias como Salmonella e E. coli, responsáveis por intoxicações alimentares e gastroenterites, além de fungos e vírus presentes no esgoto.

Seus excrementos, secreções e fragmentos de corpo também são agentes alergênicos, capazes de causar crises de asma e rinite alérgica, principalmente em crianças e pessoas com problemas respiratórios.

Como diferenciar as principais espécies

Distinguir as espécies de baratas é essencial para aplicar métodos de controle realmente eficazes. Pequenos detalhes como tamanho, coloração e comportamento podem indicar qual tipo de infestação está ocorrendo.

Diferenças visuais

A barata francesinha é pequena e clara, a de esgoto é média e escura, e a americana é grande e avermelhada. Esses aspectos físicos ajudam bastante na identificação inicial e podem ser observados mesmo sem equipamentos específicos.

Onde cada espécie costuma se abrigar

Enquanto a barata francesinha gosta de locais quentes e internos, como eletrodomésticos, a de esgoto prefere áreas úmidas e subterrâneas. Já a americana se abriga em subsolos e redes de esgoto, geralmente em locais menos acessíveis e de pouca iluminação.

Comportamento e velocidade de reprodução

A francesinha é extremamente reprodutiva, o que permite infestações rápidas. A barata de esgoto se reproduz mais lentamente, mas é resistente. A americana combina um porte maior com boa mobilidade e capacidade de voo, exigindo estratégias específicas para controle.

Já identificou a espécie? Veja como eliminar baratas de forma eficaz

Agora que você conhece os principais tipos de baratas que podem invadir sua casa ou empresa, o próximo passo é agir com precisão para eliminá-las. Cada espécie exige cuidados específicos e estratégias diferentes de controle. No próximo post, explicamos como acabar com as baratas de forma definitiva, com métodos seguros, eficazes e alinhados às melhores práticas da InsectControl